O Governo Federal, através do Ministério da Cultura, lança o maior edital literário exclusivo para mulheres, o Prêmio Carolina Maria De Jesus (de literatura). O concurso irá selecionar 40 livros inéditos de ficção escritos por mulheres. Cada autora selecionada receberá 50 mil reais. Ao todo, 2 milhões de reais em premiação.
As categoria do concurso são: Romance, Conto, Crônica, Roteiro de teatro, Poesia e História em quadrinho*. Cada autora poderá se inscrever em apenas uma categoria. A obra precisa ser inédita; redigida em português do Brasil e segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto n. 6.583/2008); estar em formato PDF (deverá ser anexado ao formulário de inscrição); e ter, no mínimo, 49 (quarenta e nove) páginas, sem contar com a capa e a folha de rosto, se existirem.
A comissão de seleção do concurso será toda feminina, formada por seis especialistas. Das 40 obras premiadas, serão destinadas 20% para mulheres negras, 10% para mulheres indígenas, 10% para mulheres PcD (Pessoa com Deficiência), 5% para ciganas e 5% para mulheres quilombolas.
As inscrições abrem quarta-feira, dia 12 de abril de 2023, e seguem abertas por 90 dias.
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As inscrições são gratuitas (abrem dia 12 de abril) e serão feitas através deste link, aqui
A intenção do edital é promover, valorizar e difundir a literatura brasileira feita por mulheres, incentivar novas escritoras e estimular a formação de leitores. Esta é a primeira edição do concurso que leva nome em homenagem a Carolina Maria de Jesus, escritora, compositora e poetisa brasileira, mais conhecida por seu livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960 com o auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro teve tiragem inicial foi de dez mil exemplares e esgotou-se em uma semana. Fez tanto sucesso que foi traduzido em catorze línguas.
A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis. Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora, registrava o cotidiano da sua comunidade em cadernos que encontrava no material que recolhia – mais de vinte cadernos. E um destes, um diário que havia começado em 1955, deu origem a seu livro mais famoso.
Entre seus livros publicados, também estão: Casa de alvenaria: diário de uma ex-favelada; Provérbios; Pedaços da fome e Diário de Bitita. Sua obra e vida permanecem objetos de diversos estudos, tanto no Brasil quanto no exterior. Em 1975, a televisão alemã West Germans gravou um documentário protagonizado pela própria Carolina. O filme Favela: A vida na pobreza continuava inédito no Brasil quando foi exibido pela primeira vez na ocasião do centenário de nascimento da escritora, em 14 de março de 2014, no Instituto Moreira Salles. Dos livros escritos acerca da autora, destacam-se Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus (1994), de José Carlos Meihy e Robert Levine; Muito Bem, Carolina!: Biografia de Carolina Maria de Jesus (2007), de Eliana Moura de Castro e Marília Novais de Mata Machado; Carolina Maria de Jesus – Uma Escritora Improvável (2009), de Joel Rufino dos Santos; A Vida Escrita de Carolina Maria de Jesus, de Elzira Divina Perpétua; e Carolina: uma biografia (2018) de Tom Farias.
Carolina de Jesus atualmente é reconhecida uma das mais importantes escritoras do país.
Fonte: Ministério da Cultura e Wikipédia
* História em quadrinho: narrativa gráfica cuja história é contada através de arte sequencial (banda desenhada ou quadrinhos, em cor ou em preto e branco) e a duração é similar à da prosa (romance ou novela).